"Sabemos e aceitamos que somos uma minoria, mas temos nossos direitos", afirmou Miss Bobby, que reivindicou para sua comunidade a condição de "única". Apesar do veredicto do Supremo surpreender em um país islâmico e conservador como o Paquistão, a figura do 'hijra' está enraizada não só neste país mas em todo o Sul da Ásia, onde sofre uma discriminação parecida.
A decisão judicial nem sequer alterou os ânimos dos grupos religiosos de corte islamita. "Não há nenhuma objeção por nossa parte. É uma decisão correta do Supremo. As autoridades têm o dever de dar direitos a todos", afirmou à Efe o porta-voz do partido islamita Jamat-e-Islami, Shujaat Qamar. Mas o estigma social dos 'hijra' segue sem desaparecer e muitos deles se veem obrigados a pedir esmolas nas ruas e sobrevive em um mundo marginal, próximo a da malandragem e exposto à prostituição e às doenças sexuais.
A presidente da associação de transexuais citou o sequestro, a violação, o roubo e o assédio da Polícia, entre alguns dos abusos que sofre a comunidade e cifrou entre 50 mil e 80 mil os membros desta comunidade no Paquistão, embora outras estimativas não oficiais elevam o número a centenas de milhares.
Miss Bobby admitiu que a situação está melhorando nos últimos anos com decisões como as do chefe do Supremo, que contribuem à aceitação social, e reivindicou que a comunidade não deve sentir-se "envergonhada".
"Não fizemos isso a nós mesmos, foi Deus que nos fez assim", apontou.
As informações são da EFE
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