Dia mundial da água e torneiras secas em parte do Brasil

Brasil, um país tropical, com a maior reserva de mata do mundo e... Sem água!

Sim, sem água, essa é a realidade de muitas famílias no Nordeste a muito tempo. Mas lá é sertão, se entende a falta de água... Mas vamos tentar analisar um pouco mais. Selá a falta de água é um problema relativamente antigo, na Região Sudeste também é?

A região Sudeste está passando um aperto bem complicado. Esse verão tivemos problemas hídricos em SP, RJ e MG. Depois da "dor de cabeça" esses estados resolveram se juntar para tentar evitar novos problemas.

Nossas matas estão desmatadas, nossos rios poluídos e às vésperas das Olimpíadas as amostras de água com qualidade ruim no RJ subiram de 40% para mais de 66% segundo a associação SOS Mata Atlântica, isso quando deveria se haver a despoluição da Baia de Guanabara.

Você deve estar pensando: "Mas a água não vai acabar. Isso é exagero! Na escola eu aprendi sobre o ciclo da água. O que estão falando não tem lógica!"

Então vamos repensar um pouco sobre esse assunto. 

É notoriamente sabido que o Brasil conta com vários lençóis freáticos e que temos a maior bacia hidrográfica do mundo. Isso nos torna imensamente privilegiados! Nesse caso, como estamos tendo problemas de falta de água?

Vamos analisar 2 questões sobre isso: desmatamento e poluição. Mas em que o desmatamento e a poluição entram nesse problema? Eu explico.

O desmatamento

A floresta tem um papel muito importante na saúde dos rios, já que é ela que reabastece os lençóis freáticos, impede a erosão do solo e o assoreamento dos rios. Além da questão do aquecimento global. As florestas ajudam a equilibrar a temperatura do planeta. Pense no seguinte, sem as plantas a temperatura fica mais elevada, o que aumenta a taxa de evaporação, isso quer dizer que as nuvens irão ficar mais carregadas que de costume. isso é bom certo? Errado! Isso faz com que a água que cai na chuva acabe sendo menos aproveitada do que deveria. Para entender isso melhor tem um exemplo ótimo: Pegue um copo de água e um pote pequeno. Quanto mais rápido você virar o copo, menos água vai ficar no pote. Isso muda a capacidade do pote ou do copo? Não, apenas muda a área em que a água vai se espalhar. isso quer dizer que vai mudar a área de evaporação... Bem, o resto deixo por sua conta, mas deu para entender o básico aqui.

A  poluição

Quem já fez ou viu alguém fazendo mingau? Funciona assim: Se pega o líquido e se mistura com a farinha (fubá, farinha de arroz, amido de milho) de o que quer que seja. Mas você já se perguntou o motivo de ter que mexer tanto? para pegar o "ponto" é o que os cozinheiros dizem. A idéia é bem essa. Para o mingau pegar o ponto, o líquido tem que evaporar e a farinha cozinhar. Na poluição basta pensar no mingau. Você nota que a temperatura vai se elevando à medida em que ele engrossa. Isso quer dizer que se precisa de "mais calor" para fazer com que a água evapore. A poluição também traz um outro malefício: A chuva ácida. A chuva ácida ocorre quando existe na atmosfera um número muito grande de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5) que, quando em contato com o hidrogênio em forma de vapor, formam ácidos como o ácido nítrico (HNO3), ou o ácido sulfúrico (H2SO4). Os efeitos mais nocivos da chuva ácida ocorrem no meio ambiente. Um lago, por exemplo, que possui um pH em torno de 6,5 não sobrevive a um pH abaixo de 4 ou 4,5, podendo ocorrer a morte de todos os seres que vivem ali.

A chuva ácida também causa a acidificação do solo tornando-o improdutivo e mais suscetível à erosão. A acidez do solo, inclusive, é um dos principais fatores para a diminuição da cobertura vegetal em diversos países. Estudos recentes publicados pelo WWF apontam que a chuva ácida já um dos principais responsáveis pelo desmatamento na Mata Atlântica.

O problema é mais sério do que repassam para a gente. Está na hora de nos conscientizarmos que não basta apenas reduzir o consumo para evitar a falta de água. Obviamente a redução do consumo ajuda, mas não resolve. Precisamos de políticas públicas para redução do desmatamento, combate à poluição e não as políticas assumidas hoje por ONU e afins, que são só promessas e acordos multilaterais que quase nunca resultam em algo concreto.