WASHINGTON - Enquanto o corpo sem vida de Osama Bin Laden repousa nas profundezas de águas desconhecidas, guerras continuam a desafiar os Estados Unidos em superfícies empoeiradas no Afeganistão, no Iraque ou na Líbia. Um dos mais emblemáticos e determinantes embates para as políticas externa e de segurança nacional do presidente americano, Barack Obama, é o conflito disputado nas entranhas do Afeganistão, contra militantes do Talibã.
TEMPO REAL: Obama acompanhou a operação momento a momento
A colaboração do governo do Paquistão, onde os terroristas buscam refúgio e suporte, é considerada fundamental para a vitória das forças aliadas. Não é de hoje que o governo americano acusa a cumplicidade de líderes paquistaneses e do serviço de inteligência do país (ISI) com as milícias rebeldes. Mas, agora mais do que nunca, Washington desconfia da lealdade de Islamabad.
Bin Laden estava escondido no Paquistão, em uma residência de Abbottabad, distante cerca de 700 metros de uma importante academia militar. Por ironia, o chefe militar do Paquistão, general Ashfaq Parvez Kayani, proclamou em uma visita ao local, na semana passada, a "derrota" das forças do terrorismo.
EUA querem mostrar que al-Qaeda pertence ao passadoA operação montada pelos EUA para chegar até Bin Laden não foi informada às autoridades paquistanesas, com receio de indesejáveis vazamentos. Na segunda-feira, o assessor da Casa Branca para assuntos de Segurança Interna e Contraterrorismo, John Brennan, assegurou que todas as investigações possíveis estão em andamento para descobrir que tipo de ajuda Bin Laden recebia em seu esconderijo.
- Penso que seja inconcebível que Bin Laden não tenha tido algum sistema de apoio no país que permitiu a sua permanência por um longo período. Não vou especular sobre que tipo de apoio ele possa ter obtido em nível oficial dentro do Paquistão - desconversou.
Brennan acredita que a morte do principal líder terrorista mundial provocará "importantes reverberações" na rede da al-Qaeda na região.
- Vamos aproveitar essa oportunidade para demonstrar ao povo paquistanês, às pessoas naquela área, que a al-Qaeda é algo do passado. E esperamos enterrar o restante da organização junto com Bin Laden.
Para Richard Hass, presidente do Conselho de Relações Exteriores, o sentimento antiamericano no Paquistão ainda é "muito forte", e a situação dos EUA na guerra do Afeganistão se revela "extremamente difícil". A Índia, que possui divergências fronteiriças com o governo de Islamabad, acusou mais uma vez na segunda-feira o Paquistão de servir de "santuário" para diferentes organizações terroristas. Para Haas, enquanto se perpetuar a tensão entre os dois países vizinhos, o Paquistão não abdicará de sua estreita ligação com o terrorismo, dificultando os planos americanos.
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